25 de agosto de 2013

Semana Nilton Rosa

        No dia 17 de Agosto de 2013, o grupo “Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade” fez uma visita á “Semana Nilton Rosa” na cidade de Cachoeira do Sul.
Recebidos (e muito bem) na Rodoviária da cidade por Luciana Canto, Coordenadora de Politicas Públicas de Juventude na Prefeitura de Cachoeira, fomos até o antigo “Bar América”, que fica na Praça José Bonifácio, local aonde estava acontecendo o evento.
        Lá, montamos um painel, com fotos, informações, etc..  A professora Bárbara Maria Nunes deu inicio á participação do Julinho no Evento explicando um pouco sobre o projeto, e qual as propostas. Após, o professor Sérgio Ozório continuou falando e complementando o que foi falado pela professora Bárbara.
Na sequência, eu, a aluna Mariana Guimarães de Fraga apresentei sobre Nilton e sobre outros 3 alunos: Luiz Eurico Lisboa, Jorge Alberto Basso e Cláudio Antônio Weyne Gutierrez.
        A Aluna Maria Camila Rodrigues leu um testemunho, e após, o senhor Ariceu Vieira (que conheceu Nilton pessoalmente) falou algumas palavras e se pôs a disposição do grupo para dar testemunho, entrevistas.
Todos os membros do grupo agradecem o convite, a colaboração, a ajuda e a atenção recebida!

24 de agosto de 2013

Semana Temática Nilton Rosa (3)

Fotografia: Jornal do Povo

Uma das boas surpresas na nossa participação na Semana Nilton Rosa foi a oportunidade de conhecer o professor paulista Ariceu Vieira, que também participou da luta armada contra a ditadura, sendo amigo de Nilton e convivendo com ele no início da década de 1970. Ele estava em Cachoeira do Sul, por outras razões, acompanhando a esposa, que é natural desta cidade, quando ficou sabendo da homenagem à Nilton Rosa através do jornal e entrou em contato com os organizadores para dar seu testemunho. Sua participação foi na mesma tarde em que apresentamos o projeto Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade.

Ariceu conviveu com Nilton no Chile. Juntos, percorreram o país atuando em uma montagem da peça O Pagador de Promessa, baseada na obra de Dias Gomes. Relata que o estudante gaúcho nunca revelava sua origem, embora o sotaque denunciasse que era do Rio Grande do Sul. Até agora, Ariceu não sabia que a cidade natal de sua esposa era também a do seu grande amigo.

Seu depoimento foi muito emocionado. Relatou que estava presente no momento em que Nilton foi metralhado, e acompanhou seu funeral. Defendeu o resgate de memória do período da ditadura nas escolas, e se colocou à disposição para colaborar com o nosso projeto. O Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, entrevistou Ariceu.

Testemunha ocular da história do mártir: Segredo é desvendado 40 anos após a morte do cachoeirense que virou herói no Chile  - Jornal do Povo - 19/08/2013 - 06h00 por Luís Bacedoni (link para a matéria do jornal - para visualizar é necessário fazer o cadastro).

A matéria do jornalista Luís Bacedoni, que acompanhou e divulgou a programação durante a semana, também deu destaque à participação do Julinho na programação.


Fotografia: Jornal do Povo

Julinho prepara documentário sobre ex-alunos

O Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, um dos principais redutos de resistência à ditadura militar nos anos 70, prepara um documentário sobre os ex-alunos que combateram a repressão, entre eles o cachoeirense Nilton Rosa. Conhecidos como brancaleones”, alusão ao filme italiano “O incrível exército de Brancaleone”, dirigido por Mario Monicelli, os estudantes que agitaram o colégio Julinho nos anos de chumbo eram considerados anarquistas e atrapalhados.
"O Orelhinha chegou a ser intimado para comparecer à direção da escola e assinar documento no qual se comprometia em não promover desordens", relatou a professora pesquisadora Bárbara Maria Nunes. A estudante Mariana Guimarães de Fraga, que também integra o grupo de pesquisa, fez um relato sobre o cachoeirense e garantiu que ele não cumpriu os termos do acordo feito com a direção do Julinho e acabou sendo expulso da escola. O ano era 1968 e o país estava sob o jugo do Ato Institucional nº 5, que cerceou direitos civis e instalou a fase mais cruel da ditadura militar.
FILME - De acordo com a professora Bárbara, a pesquisa sobre os ex-estudantes que morreram lutando contra a ditadura está em andamento e o objetivo é produzir um documentário resgatando essa memória. Além de Orelhinha, outros dois alunos do Julinho foram mortos pelo regime militar: Luiz Eurico Lisboa, irmão do cantor e compositor Nei Lisboa, e o argentino Jorge Basso, que desapareceu quando lutava contra a ditadura militar em seu país de origem.
Para nós, o evento realizado em Cachoeira do Sul foi uma grande oportunidade de conhecer contatos que podem nos ajudar a aprofundar a pesquisa sobre este ex-aluno juliano, além de divulgar o projeto realizado em nossa escola.

22 de agosto de 2013

Semana Temática Nilton Rosa (2)

O Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, publicou uma série de matérias cobrindo a programação da Semana Nilton Rosa, que ocorreu de 12 a 17 de agosto. No dia 16, sexta-feira, o jornalista Luís Bacedoni noticiou a nossa participação no evento.

Professores e estudantes do Julinho vêm falar sobre Orelhinha

Atividades deste sábado encerram semana alusiva ao militante que virou mártir no Chile

Professores e estudantes do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de
Porto Alegre, estarão neste sábado, em Cachoeira do Sul, para fazer o
encerramento da Semana Nilton Rosa, que resgatou a trajetória do
cachoeirense morto no Chile em 1973.
O painel sobre Orelhinha trará novas revelações sobre o ativista que
virou herói da resistência chilena contra a ditadura.
O grupo do Colégio Julinho está realizando uma pesquisa sobre o
cachoeirense, que foi estudante da escola nos anos 70, antes de ir para
o Chile.
Durante toda a semana um calendário de atividades foi realizado, no Bar
América, para resgatar a figura do jovem que lutou contra os regimes
militares no continente.
Um dos pontos altos da semana ocorreu na segunda-feira, quando os
economistas Ubiratan de Souza, o Bibica, e Calino Pacheco Filho,
conterrâneos que conviveram com Orelhinha, falaram sobre o personagem
que é considerado mártir pelos chilenos.
A semana foi organizada pela Coordenadoria Municipal da Juventude e
Levante Popular da Juventude (LPJ).
* Jornal do Povo: 16/08/2013 - 21h26 por LUIS BACEDONI (link para a notícia na página do jornal - para visualizar a matéria é necessário fazer cadastro).

18 de agosto de 2013

Semana Temática Nilton Rosa (1)

Ontem estivemos em Cachoeira do Sul, participando da Semana Temática Nilton Rosa. Este evento cultural, que homenageou o ex-estudante juliano e militante do MIR natural desta cidade, ocorreu entre os dias 12 e 17 deste mês, e foi promovido pelo Levante Popular da Juventude e pelo Grêmio Estudantil do Instituto João Neves da Fontoura, com o apoio da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul.

Luciana Canto, Coordenadora de Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul, esteve no Julinho em busca de informações sobre Nilton Rosa e, ao conhecer o projeto Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade, nos convidou para participar. Fomos muito bem recebidos e tivemos uma oportunidade única de estabelecer novos contatos, obter novas informações sobre Nilton para nossa pesquisa, e divulgar o nosso projeto. Estiveram presentes os professores Sérgio e Bárbara, e as alunas Mariana Fraga e Maria Camila.

Outro participante do evento foi Calino Pacheco, membro do Comitê Popular Memória Verdade e Justiça, amigo e companheiro de militância estudantil do Nilton, que já colaborou com nosso projeto em 2012.

* Confira aqui a programação desenvolvida no evento.

16 de agosto de 2013

Brasil Nunca Mais Digital

No dia 9 de agosto foi lançado o site Brasil Nunca Mais Digital, que disponibiliza online o acervo de documentos do projeto que deu origem ao livro Brasil Nunca Mais.


O livro Brasil Nunca Mais, lançado em julho de 1985, foi um dos principais marcos na luta pelo resgate da verdade sobre o que ocorreu durante a ditadura civil-militar. Esta publicação foi resultado de um projeto iniciado em 1979, quando um grupo de advogados e religiosos ligados à luta pelos direitos humanos começou a copiar documentos de processos no Supremo Tribunal Militar (STM) que continham informação sobre violações aos direitos humanos praticadas por agentes do Estado. Nestes processos, os advogados constataram que muitos presos políticos descreviam detalhadamente as torturas que haviam sofrido ou presenciado. O objetivo era evitar que durante a redemocratização os documentos que comprovassem as violações desaparecessem.

No início de 1980, com ajuda de entidades religiosas, foi alugada uma sala próxima ao STM, equipada com três máquinas copiadoras. Durante as 24 horas que tinham para estudar os processos, os advogados os levavam a esta sala, onde eram analisados e copiados por uma equipe. As cópias eram enviadas para São Paulo em ônibus, automóvel, ou em avião, e posteriormente, para garantir a segurança do acervo, o material foi microfilmado e enviado para a Suíça, ficando na sede do Conselho Mundial de Igrejas.

Após seis anos de trabalho, as informações existentes nos processos foram catalogadas e permitiram um estudo detalhado de quantos presos passaram pelos tribunais militares, quantos foram formalmente acusados e presos, quantos declararam ter sofrido tortura e quantos desapareceram, quais as modalidades de tortura utilizadas, e onde ficavam os centros de detenção. A síntese deste trabalho gerou o livro Brasil Nunca Mais.