Zé –
Aquele tempo do Julinho
(Nelson
Coelho de Castro)
Aquele
tempo do Julinho, né?
Eu
jamais vou me esquecer.
Eu
pensei que era um filme.
Eu
jamais irei me ver.
Eu
tenho um picho pra cair.
Eu
tava afim dum futebol.
Eu
voltava a pé do centro.
Tu tá
ficando é pirol.
Vamos
lá na mesma boca.
Pra
mim o tempo não passou.
Eu
não me lembro mais de nada.
Mas
foi aqui que começou.
Vamos
armar uma jogada, né?
Vamos
virar o mundo então.
A
saudade nos matou de vez.
E
engordou meu coração.
Olha
ai vou dar uma banda.
A
gente espera por aqui.
Eu
vou transar um lance agora.
De
repente eu volto aí.
Mas a
vida continua.
Eu
não me lembro que sonhei.
De
paixão eu morro sempre.
E eu
sempre me enganei.
Já
tamo até acostumados, né?
Com
as línguas do país.
É
muito trolha na jogada, né?
Ainda
penso em ser feliz.
Mas
como o Zé tá demorando.
Minha
cabeça vai doer.
Olha
ai tão escutando.
Tem
um thriller pra se ver.
Tá
baixando o pau na esquina.
E são
dez pra cacetear.
Tão
demolindo aquele cara.
Vamos assistir assassinar.
Olha
lá que é o Zé meu deus.
E ele
já nem grita mais.
E nós tamos aqui parados, né?
E
esse choro pelo gás.
E tá
pintando aquele medo.
Vamos
nós fazer o que?
Tá
subindo aquela raiva.
Dá
obriga por correr.
Adeus
pavor, vamos brigar.
Até o
fim, até se dar.
Adeus
pavor, vamos brigar.
Até o
fim, até se dar.
Vamos
la, vamos nós,
o
desespero ainda resta bonito, Zé,
Vamos
brigar vazando fel.
Vamos
brigar com a raiva toda Zé.
Fica
olhando aí do céu...
Aquele
tempo do Julinho, né?
Eu
jamais vou me esquecer.
Eu
pensei que era um filme.
Eu
jamais irei me ver